25 de set. de 2011

Trânsito: embate ideológico


Mercado de trabalho e atuação do profissional de transito e transporte. Esse foi o tema da palestra que o Coordenador da ANPT Regional Centro-Oeste, Antenor Pinheiro fez ontem (09), em mais um dia do III Fórum de Transporte e Trânsito do IFG.


O palestrante lembrou que, historicamente, fomos impelidos a aceitar uma lógica de desenvolvimento e consumo que influenciou diretamente na cultura de possuir um veículo como forma de status. “Com isso, criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela, analisa Pinheiro”. Esse é o ambiente que, segundo Antenor, responde por uma série de acontecimentos que aumentam as estatísticas da acidentalidade no trânsito. Ele citou Charles Chaplin para explicar mais a situação: “estamos nos automatizando no modo de pensar”.

Para Antenor, mudanças de comportamento está associado à capacidade de nos sensibilizarmos diante da vida. É nesse ponto que ele entra de vez no tema da noite: “a diferenciação do profissional de hoje está ligado ao fator emocional. A capacidade de lidar com o fator humano diferencia o profissional”. Na análise do Coordenador da ANTP Regional Centro-Oeste, responder a perguntas como, por que atuamos, como atuamos, para que atuamos, por quem atuamos e onde atuamos, dá ao profissional de transporte e trânsito a medida da sua responsabilidade, compromisso e competência.

Antenor Pinheiro mostrou alguns dados importantes, mas de certa forma do conhecimento da maioria presente. Morrem a cada ano o equivalente à população atual de Goiânia. Ou seja, Um milhão e trezentas mil pessoas. São 149 mortes por hora em todo o mundo. No Brasil são 107 mortes por dia em acidentes de trânsito. “A cada dois dias é como se caísse um boing no Brasil, afirma Pinheiro”. Dessas mortes, 60% estão entre 16 a 35 anos. São jovens, são moços, lembra Antenor. Uma população economicamente ativa, cheia de vida e esperanças.

“Políticas públicas de transporte e trânsito é mais que uma questão técnica, é um embate ideológico, diz Antenor”. Para se ter uma ideia de como isso funciona, baste dizer que 95% dos recursos investidos na área de transporte no Brasil, são demandas para o transporte individual, o carro. O restante é para o transporte público. Isso dá uma ideia do que seja esse embate. Para finalizar, Antenor cita mais uma vez a sensibilidade do humanista que foi Charles Chaplin: “Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível”.

Emmerson Kran

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